O amor que eu sempre sonhei

Eu sempre sonhei em ter um amor igual ao dos filmes. Através da TV, eu via um mundo de possibilidades e magia, onde tudo parecia perfeito, inclusive as falhas. A cada vez que surgia uma oportunidade de eu me apaixonar, eu ficava buscando pontos na história onde eu pudesse me encaixar em um “conto de fadas”. Porém, hoje eu descobri que mais incrível do que as histórias fictícias que assistimos ou lemos, é nossa própria vida real. Conforme vamos vivendo, percebemos que um grande amor não tem duas horas de duração, e tão pouco pode-se acelerar o tempo num passe de mágica. A nossa realidade nos dá um presente maior do que efeitos especiais, ela nos deixa ativos, nos faz viver cada segundo de algo real. Podemos sentir a alegria, a tristeza, a felicidade e a angústia, seja em curto ou longo prazo, mas nos permite construir algo verídico dentro de nós. É tão estranho para mim agora, que sempre fui fã de comédias românticas, ter que me conscientizar que apesar delas parecerem “sobrenaturais”, na verdade tudo que se encontra nessas tramas copiam NOSSO universo. O problema é que não sabemos captar os pequenos e lindos gestos que nos envolta em nosso dia a dia. O que me inspirou a escrever esse texto foi justamente um choque de realidade. Percebi que tudo o que eu sempre idealizei estava ao meu lado e em minhas mãos. Eu sonhava viver algo que me lembrasse meu filme favorito, quando na verdade eu estava vivendo uma história que era digna de se transformar em um. Hoje eu posso afirmar que aquele ditado que o que nós estamos procurando pode estar muito perto é verdade. E infelizmente eu só pude comprovar isso porque eu me distanciei do que eu tinha. Não foi racional da minha parte ouvir histórias, ler livros, assistir longas-metragens e esperar que alguém esbarrasse em mim e olhasse em meus olhos e se apaixonasse. Porque enquanto isso, inconscientemente eu estava criando algo para os outros ouvirem, lerem e assistirem. Em vez de alguém se esbarrar em mim e olhar em meus olhos e se apaixonar a primeira vista, alguém já havia feito isso, uma, duas, três e quem sabe um milhão de vezes e eu não percebi.